A espuma dos dias
1- A campanha por ou contra a eutanásia - Com muito pouco debate publico a Assembleia da Republica vai discutir e aprovar ou não a lei que despenalize a prática da eutanásia.
Sendo eu absolutamente a favor da eutanásia, morte assistida e/ou suicídio assistido, porque entendo que se trata de um direito de cidadania, que é o de morrer com a dignidade que se exige para a vida, entendo também que a gravidade do assunto e a falta de informação da grande maioria dos portugueses merecem que não haja pressa na aprovação da lei.
A Igreja Católica e as demais igrejas, como lhes compete, tem despejado informação contra essa aprovação mesmo invocando, como alguns médicos também fazem, argumentos propositadamente confusos e alarmantes. Do lado que é favorável à eutanásia praticamente não há campanha de informação, salvo um ou outro artigo na imprensa, até de médicos - e isso é quase nada. Há uma das partes interessadas que não tem meios para se bater em pé de igualdade com quem está contra, por isso o debate está distorcido. E há quem em extremo de desespero invoque o referendo, como se os direitos dos seres humanos possam em consciência ser referendados!!
Seria útil bater na tecla de que assistir na morte, por um médico, também é um acto ligado à vida porque vida e morte são duas faces do mesmo processo biológico - fica apenas uma questão de consciência do médico, sobretudo se for crente de alguma religião.
Agora fica aqui registado : é uma questão de tempo; há sempre reacção dos sectores mais conservadores contra as grandes inovações em matéria de relações sociais - conseguem atrasar os processos, adiá-los, mas nunca impedi-los. Lembremos-nos do divórcio, do aborto, do casamento de pessoas do mesmo sexo, etc, etc...
2 - A inépcia do Governo em matéria de política florestal - Alguém sabe alguma coisa sobre o estudo do ordenamento florestal, das campanhas de arborização planeada, do controle de qualquer organismo - seja até o famigerado ICNF!!) ? Mas devia haver essa informação, porque então somos levados a concluir que não se está a fazer nada, O que se sabe é das confusões do Ministério da Administração Interna, da pouca vergonha das demissões na Protecção Civil, da falta de acordo para ter todos os meios aéreos ao serviço, o que denota incompetência , falta de profissionalismo e transmite que existe um ambiente interno de conspiração permanente. Dar lugar a boys, demitir responsáveis para nomear outros com cartão partidário, neste Governo como nos anteriores, é uma prática vergonhosa.
Com quatro décadas de democracia já era tempo suficiente para os Partidos Políticos darem mostras de maioridade, de compostura e ética republicana ( de que todos falam mas nenhum pratica), em vez de continuarem a ser escolas de clientelismo e de formação de boys que dêem garantias de anuência às directivas do "aparelho".
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